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O uso exagerado das redes sociais e o crescente aumento da ansiedade entre adolescentes

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Sarah Emanuelly

Na era digital o uso excessivo dos aparelhos digitais tem se tornado frequente por todos, em especial pelos jovens. Plataformas como Instagram, TikTok e Snapchat desempenham um papel central no cotidiano, permitindo que jovens compartilhem experiências, se conectem com amigos e explorem interesses. O que vem gerando um alerta entre profissionais de saúde, pais e professores.

A relação entre as redes sociais e ansiedade

Estudos recentes têm mostrado uma forte correlação entre o tempo excessivo gasto nas redes sociais e o aumento de casos de ansiedade entre adolescentes e jovens. Conversando com jovens adolescentes de escolas de Ipatinga, foi possível perceber algumas causas que podem estar ligadas, como a comparação social, pressão para aceitação, exposição ao bullying e críticas e interferências no sono. A junção desses fatores relatados pelos alunos, traz um alerta aos pais e professores que tem percebido uma queda no rendimento doa alunos, e alterações no comportamento deles.

Dados alarmantes

Uma pesquisa realizada pela Common Sense Media, adolescentes que passam mais de três horas diárias nas redes sociais têm maior probabilidade de relatar sintomas de ansiedade, depressão e isolamento. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o aumento de transtornos mentais na faixa etária de 15 a 19 anos como uma questão prioritária de saúde pública.

Segundo a psicóloga Juliana Tassara, as redes sociais dificultam os jovens a aprender a lidar com a angústia, um dos sintomas da ansiedade. “Uma coisa que as redes sociais fazem é dificultar que a pessoa aprenda a lidar com a angústia. A angústia faz parte do ser humano. Todos nós sentimos angústia e temos que aprender a lidar com ela. Isso é um trabalho solitário. Precisamos estar com nós mesmos. E as redes estão o tempo todo oferecendo alguma coisa pra tamponar nossa angústia. Só que essa oferta é muito passageira. Então isso nem apazigua a angústia e nem permite que a gente aprenda a lidar com ela. Então acaba sendo um movimento de colocar de novo e de novo o sujeito diante da angústia.”

Como reverter esse cenário

Embora as redes sociais sejam uma ferramenta poderosa para a comunicação e expressão, é essencial estabelecer limites e práticas saudáveis para evitar seus efeitos negativos.

Algumas estratégias incluem limitar o tempo online; promover conexões reais frente a frente; educação digital, esclarecer os jovens sobre os impactos do uso exagerado das redes e ensinar práticas saudáveis de navegação na internet; e priorizar o bem-estar digital.

O uso das redes sociais não precisa ser algo prejudicial, mas é fundamental reconhecer quando ele passa dos limites e começa a interferir no bem-estar emocional. O equilíbrio entre o mundo digital e a vida real é o caminho para garantir que as redes sociais sejam um aliado, e não um inimigo, na jornada dos adolescentes.

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Foto: Freepik / Imagem Ilustrativa

Arthur Simões, Bianca Garcia e Sarah Emanuelly

TikTok Restringe Filtros de Beleza para Menores de 18 Anos: Psicóloga AnalisaImpactos na Saúde Mental de Jovens

Foto: Reprodução

Bianca Garcia

O TikTok anunciou recentemente que filtros de beleza, que alteram a aparência dos usuários, não estarão mais disponíveis para menores de 18 anos. A medida, que será implementada gradualmente no Brasil, incluindo a região do Vale do Aço, visa mitigar os impactos negativos que essas ferramentas têm na saúde mental dos adolescentes. A decisão responde a estudos que sugerem que o uso de filtros, que modificam traços faciais e reforçam padrões de beleza irreais, pode distorcer a autoimagem dos jovens, especialmente em uma fase de desenvolvimento crítico.

Esses filtros, que em muitos casos suavizam imperfeições, afinam o rosto ou aumentam a simetria, não são novos, mas se tornaram ainda mais populares nas redes sociais. A plataforma anunciou que a restrição não inclui efeitos humorísticos, como os filtros de orelhas de animais ou rostos distorcidos para fins de diversão, mas foca em alterações mais profundas na aparência física.

A psicóloga Thalita Borges, especialista em saúde mental e comportamento, destaca que essa medida é um passo importante para a proteção dos jovens, que estão mais vulneráveis aos padrões de beleza impostos pelas redes sociais. "Na adolescência, o desenvolvimento da identidade está em pleno processo, e os filtros podem afetar a forma como os jovens se veem no mundo. Eles podem começar a questionar sua aparência e, muitas vezes, se frustrar ao não se encaixarem em padrões irrealistas", explica a psicóloga.

Thalita também aponta que o uso constante de filtros pode agravar quadros de ansiedade, depressão e transtornos alimentares. "Esses padrões são muitas vezes inatingíveis e podem gerar uma sensação de inadequação. O jovem pode sentir que não é 'bom o suficiente' sem a alteração da imagem, o que pode levar a um ciclo de insatisfação consigo mesmo", completa.

A medida do TikTok, que também inclui restrições mais rígidas para impedir que crianças menores de 13 anos acessem o aplicativo, visa criar um ambiente digital mais saudável. A plataforma já remove anualmente cerca de 6 milhões de contas de usuários que não atendem aos requisitos de idade, mas oferece um processo de apelação caso os usuários considerem a exclusão indevida.

No Vale do Aço, onde o TikTok tem uma grande base de usuários jovens, a nova política deve trazer reflexos significativos, especialmente nas escolas e entre os adolescentes. A psicóloga acredita que é essencial que a medida seja acompanhada por conversas em casa e na escola sobre a aceitação da própria imagem e a construção de uma autoestima saudável. "É importante que os adolescentes compreendam que a beleza real vai além das imagens perfeitas que vemos online. A saúde mental é mais valiosa do que qualquer filtro", conclui Thalita Borges.

Com essa mudança, o TikTok reforça seu compromisso com a promoção de um ambiente digital mais seguro, promovendo o bem-estar das novas gerações e incentivando uma relação mais saudável com a tecnologia.

Redes sociais e juventude: Conexões digitais e os desafios das relações humanas

Foto: Getty Images

As redes sociais revolucionaram as relações dos jovens, oferecendo novas formas de interação, mas também trazendo desafios como isolamento e impactos na saúde mental.

Julia Carvalho

As redes sociais transformaram a forma como os jovens se comunicam e fazem amizades, tornando-se uma parte indispensável de suas rotinas. No entanto, enquanto a internet oferece inúmeras possibilidades de interação, seu uso excessivo pode levar a consequências negativas, como o isolamento e o aumento de problemas de saúde mental.

O ambiente virtual também tem sido um refúgio para adolescentes introvertidos ou tímidos, que encontram nas plataformas digitais uma maneira mais confortável de interagir. Por meio de redes sociais ou jogos online, muitos jovens criam laços profundos e sinceros, superando barreiras que enfrentam nas interações presenciais.

Lavínia Lenis, estudante do segundo ano do ensino médio, é um exemplo dessa realidade. Ela compartilhou como ser jovem nos dias atuais, em meio à constante presença da tecnologia, pode impactar sua vida social.

“Às vezes, eu queria ter uma vida normal, de uma adolescente normal, que sai para festas e não fica tanto tempo em casa. Eu fico horas no celular, vendo vídeos, mexendo nas redes sociais e conversando com pessoas online, com quem me sinto mais confortável. Mas, no final, sinto que estou meio sozinha”, detalhou a adolescente.

Infelizmente, muitos desses sentimentos acabam gerando uma sensação de solidão e desconexão com a vida real, o que pode ter impactos significativos no bem-estar emocional dos jovens. Além disso, as redes sociais apesar de conseguirem te conectar com pessoas do mundo inteiro, não oferecem o mesmo tipo de interação dos encontros cara a cara.


O impacto psicológico da cultura digital


A psicóloga Juliana Tassara Berni, doutora em Psicologia pela UFMG e com experiência clínica em atendimento de crianças, adolescentes e adultos com ênfase em psicanálise, destaca como a cultura digital trouxe transformações profundas para as relações sociais.


“Hoje em dia as relações se dão também através das redes sociais. Não tem mais como diferenciar o mundo virtual do mundo real. O mundo virtual é real, as relações que existem ali são reais e a satisfação e o sofrimento decorrentes delas são muito reais.”, explica Juliana.


Segundo a profissional, embora as redes sociais sejam importantes espaços de interação, elas também apresentam desafios significativos. 


“As relações não são mais como antigamente. Existe uma fragilidade nas relações que é decorrente da cultura digital, mas não apenas das redes sociais. Essa fragilidade tem mais a ver com os valores impostos pelo capitalismo e pelo consumismo, que exaltam os objetos de consumo em detrimento da relação com o outro.”, aponta a psicóloga.


Atualmente nós vivemos em um contexto que exalta objetos de consumo como símbolos de status e felicidade, deixando as relações humanas em segundo plano. Isso acaba impactando a profundidade e a durabilidade das conexões.

O desafio para os jovens, é utilizar o ambiente digital de forma consciente e equilibrada, valorizando tanto o mundo virtual quanto as interações no mundo físico.

As redes sociais como formadora de novas carreiras

Foto: Freepik

Welson Junior

A era em que vivemos está mais digital do que nunca e isso vem transformando bastante a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. As redes sociais, em particular, desempenham um papel crucial nessa transformação, moldando não apenas nossas vidas pessoais, mas também, ultimamente, as perspectivas de carreira de milhões de pessoas em todo o mundo.

Um Novo Cenário para o Mercado de Trabalho

A popularização das redes sociais deram origem a uma série de novas profissões que antes não existiam e nem se imaginavam. Hoje, influenciadores digitais, gestores de comunidades, especialistas em marketing digital e de conteúdo e analistas de dados sociais são apenas alguns exemplos de carreiras que nasceram nesse novo cenário.

A busca por profissionais qualificados nessas áreas tem crescido muito, impulsionados pela necessidade das empresas de se conectarem com seus públicos de forma mais efetiva e personalizada. As redes sociais oferecem um canal direto para alcançar consumidores e construir marcas fortes, o que torna a presença digital uma prioridade para praticamente todos os negócios.

O Impacto nas Perspectivas de Carreira

Essas mesmas redes sociais não apenas criaram novas oportunidades de trabalho, mas também transformaram a maneira como as empresas contratam e entrevistam seus candidatos. A capacidade de  um profissional estar presente online se torna  um fator cada vez mais importante no processo seletivo. Um perfil bem construído em plataformas como LinkedIn pode abrir portas para diversas oportunidades de carreira.

Além disso, as redes sociais permitem que os profissionais conversem com outros profissionais de suas áreas, aumentando seu networking e redes de contatos, o que aumenta as chances de encontrar um emprego. 

A influência sobre jovens e adolescentes no processo de escolha da futura carreira profissional.

Kamile Marques, pré vestibulanda e prestes a entrar na jornada da graduação compartilhou sua perspectiva sobre o novo cenário das redes sociais e sua percepção sobre como isso influencia na sua escolha profissional. Segundo ela, esse novo momento de novas profissões digitais, influenciaram diretamente nas suas escolhas de graduação, já que o avanço das redes abre o horizonte em relação a sua possível futura profissão que está intimamente ligada à mídia e ao público - Jornalismo.

Ainda segundo a jovem, ela disse que nenhuma nova profissão do meio digital a faria desistir de uma jornada acadêmica e de graduação já que ela considera o diploma universitário como essencial. Ainda a perguntamos se considera que as escolas poderiam oferecer cursos sobre o mercado digital e como isso ajudaria, e ela respondeu negativamente. Ela acha “que as escolas devem priorizar o fundamental, que é aprender a ler, escrever e ser respeitoso”. E fez uma paráfrase com o novo modelo do ensino médio, que segundo a jovem é muito romantizado. E ainda completou - “penso que se a pessoa quer fazer um curso digital, que faça um curso técnico. Mas também no meu ponto de vista, as escolas oferecendo esses cursos pode gerar nos alunos uma dependência excessiva da tecnologia, das telas também”.

Por último a perguntamos, independente das respostas anteriores, o que ela considera essencial para se destacar em uma carreira no ambiente digital, e ela concluiu dizendo ser a adaptabilidade.

O novo Interesse por Cursos de Marketing Digital, Comunicação e Design

A crescente demanda por profissionais qualificados para atuar no universo digital tem impulsionado o interesse por cursos de marketing digital, comunicação e design, diferente do contexto de Kamile. Essas áreas de conhecimento oferecem as ferramentas e habilidades necessárias para construir e gerenciar uma presença online de sucesso.

As instituições de ensino superior e as escolas de idiomas têm adaptado seus currículos para atender às novas demandas do mercado, oferecendo cursos especializados em marketing de conteúdo, redes sociais, design gráfico para mídias digitais e outras áreas relevantes.

Conclusão

As redes sociais, que antes não tinham esse intuito, hoje estão redefinindo o futuro do trabalho, criando um novo mundo de oportunidades para aqueles que estão dispostos a se adaptar e se qualificar. A capacidade de se comunicar de forma clara nas plataformas digitais, de entender os comportamentos dos consumidores online e de utilizar as ferramentas de análise de dados são habilidades  que podem ser essenciais para quem busca construir uma carreira de sucesso no século XXI.

Ser criador de conteúdo digital: os prós e contras sob a ótica de uma influencer, um advogado e uma jovem aspirante

Foto: Freepik

Reconhecida como profissão desde 2022, a atividade atrai jovens, mas carece de
regulamentação e enfrenta questões como remuneração justa e concorrência
acirrada.

Por Maressa Nascimento

A forma como as pessoas interagem na internet evoluiu consideravelmente,
transformando usuários antes passivos em protagonistas no cenário digital. Um
marco nesse avanço foi o reconhecimento oficial das profissões de Influenciador e
Criador de Conteúdo Digital pelo Brasil em fevereiro de 2022, quando passaram a
integrar a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Apesar disso, a prestação
desses serviços ainda carece de uma regulamentação específica, deixando os
profissionais à mercê de desafios relacionados à estabilidade financeira e às
condições de trabalho. 

Criadores de conteúdo, também conhecidos como influenciadores digitais, são
profissionais que utilizam sua visibilidade nas redes sociais para construir
audiências e formar parcerias com marcas. Esses influenciadores atuam como
formadores de opinião, apresentando produtos e serviços às suas comunidades
virtuais.



O crescimento do setor na pandemia




A instabilidade econômica e a pandemia impulsionaram o crescimento da chamada
Economia dos Criadores no Brasil. Para muitos, a produção de conteúdo tornou-se
uma alternativa viável de trabalho e renda. Um criador escolhe o nicho que deseja
explorar, seja beleza, tecnologia ou entretenimento, e se dedica a oferecer conteúdo
relevante para um público específico.


Apesar da crescente valorização, a área apresenta obstáculos, como a falta de
garantia de renda constante e a alta concorrência. Muitos iniciantes ainda
dependem de outras fontes de renda, enfrentando dificuldades para viver
exclusivamente do trabalho nas redes sociais.



O desejo de trabalhar como criador digital tem conquistado cada vez mais jovens,
atraídos pela liberdade, visibilidade e possibilidade de unir paixão e trabalho. Para
entender os benefícios e os desafios dessa carreira, conversamos com três pessoas
que enxergam o universo digital por ângulos diferentes: uma influencer, um
advogado especializado e uma jovem que sonha em ingressar nesse meio.



A experiência de Samyra Abreu no mercado digital



Samyra Abreu, criadora de conteúdo residente no Vale do Aço, compartilhou sua
trajetória, que começou de forma despretensiosa:



“Desde nova, gravava vídeos aleatórios no computador. Em 2016, comecei a
compartilhar vídeos de cuidados com o cabelo e continuei porque pessoas me
motivavam e interagiam comigo. O momento que me inspirou a seguir foi quando
marcas começaram a me notar. Pensei: ‘Posso ganhar coisas de graça com isso’, e
gostei.”



Porém, os desafios do setor são significativos, como ela destaca:



“Meu maior desafio é alcançar um público maior e ter remuneração justa. Muitas
empresas não querem pagar pelo uso de nossa imagem, optando apenas por
permutas. Isso causa exaustão, porque editamos, nos dedicamos e, no final, não
somos valorizados. Além disso, marcas nem sempre reconhecem pequenos
influenciadores.”



Equilibrando vida online e offline



Manter o equilíbrio entre a presença digital e a vida pessoal é outro desafio
enfrentado por criadores de conteúdo. Samyra revelou que, apesar de se sentir
saturada em alguns momentos, valoriza as conexões positivas que seu trabalho
proporciona:



“É gratificante saber que algo que você ensinou influenciou positivamente alguém.
Seja na escolha de um produto, em um novo hábito ou em um cuidado pessoal,
ajudar pessoas é o mais importante para mim.”



Especialista defende ajustes nas leis da internet e organização
de influenciadores para proteção trabalhista


O advogado e Doutor em Ciências da Comunicação, Hermundes Flores, comentou
sobre a regulamentação de novas profissões como a de influenciadores digitais e
criadores de conteúdo. Ele explicou que nem todas as profissões demandam
regulamentação específica, e destacou que, enquanto algumas áreas seguem
regras rígidas devido ao interesse público, outras permanecem sob os princípios
gerais do Direito.



Regulamentação: necessidade ou exceção?



Segundo Hermundes, a regulamentação de profissões no Brasil ocorre apenas
quando há consenso político, jurídico e social sobre sua necessidade. Ele
exemplifica:


“Advocacia, medicina, enfermagem e contabilidade são regulamentadas porque
lidam com interesses públicos relevantes, como justiça, economia e recursos
coletivos. Já a maioria das funções exercidas no dia a dia não tem regulamentação
específica, mas isso não significa ausência de limites legais.”



Ele esclareceu que profissões não regulamentadas, como a de influenciadores,
seguem a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) caso o trabalhador esteja em
regime de emprego. No âmbito ético, aplicam-se as normas gerais do Código Civil,
que prevêem responsabilidade em casos de danos materiais ou morais.



Influenciadores digitais: desafios e abusos


Sobre os influenciadores digitais, Flores acredita que a regulamentação da profissão
não é necessariamente a solução para abusos:



“A solução passa pela regulamentação da internet. O Marco Civil da Internet, único
regulamento existente, já está obsoleto em alguns aspectos. A discussão no STF
sobre a constitucionalidade do artigo 19, que trata da responsabilidade das
plataformas digitais, é crucial nesse sentido.”


Ele destacou que, atualmente, plataformas digitais não são responsabilizadas pelo
conteúdo gerado por usuários, mesmo que causem danos a terceiros. Flores
defende uma abordagem mais clara para responsabilizar as empresas que lucram
com o engajamento, inclusive em casos de abusos.



Organização de classe como solução trabalhista


Para proteger os interesses trabalhistas dos influenciadores, Hermundes Flores
sugere maior organização coletiva:



“É fundamental que esses trabalhadores se unam em associações, sindicatos ou
movimentos políticos. Apenas por meio da pressão organizada será possível
conquistar regulamentações que ofereçam proteção adequada.”



A fala do especialista evidencia que, enquanto a regulamentação das profissões
digitais segue incerta, os influenciadores continuam sujeitos às regras gerais do
Direito e à necessidade de adaptação do Marco Civil da Internet para acompanhar a
evolução do mercado.



Futuro e perspectivas



Com o mercado em constante crescimento, ser um criador de conteúdo digital
continua sendo uma carreira desejada por muitos, especialmente entre os jovens.
Contudo, para que essa profissão se torne mais acessível e sustentável, será
necessária uma regulamentação mais clara e uma valorização justa do trabalho
criativo realizado no ambiente digital.



Jovens e a busca pelo sucesso na internet: liberdade e desafios na
criação de conteúdo


Mariana Moura, estudante do ensino médio, compartilhou sua visão sobre o motivo
que leva tantos jovens a sonharem com uma carreira na internet. Para ela, a
variedade de possibilidades e a liberdade criativa são os principais atrativos.



"Nas redes sociais existe muita liberdade e diversas áreas a se explorar. Você pode
criar conteúdo sobre algo do seu dia a dia, marketing, moda, futebol... É uma
oportunidade de trabalhar com algo que você ama", explicou. Mariana cita exemplos
de sucesso, como criadores de conteúdo esportivo que transformam a paixão pelo
futebol em diversão e renda, além de profissionais que utilizam as redes para
ampliar seus negócios, como no setor de estética.



Outro ponto destacado por Mariana é o fascínio gerado pelo sucesso de outros
criadores de conteúdo. "O sucesso que muito é visto nas redes sociais chama muita
atenção, porque, querendo ou não, aparenta ser uma forma mais fácil de ganhar
dinheiro", acrescenta.



Os desafios do cenário digital



Apesar das oportunidades, Mariana ressalta que o caminho para se destacar não é
simples. "Pra mim, o maior desafio é sentir que você está competindo com os outros
criadores de conteúdo. Todo mundo quer se destacar, então é mais difícil ter ideias
criativas e aparecer no meio de tanta gente", conta.



A jovem também aponta outros obstáculos, como a dificuldade em manter a
constância na produção de conteúdo e o impacto dos algoritmos das plataformas,
que muitas vezes prejudicam o alcance. "A plataforma que você utiliza nem sempre
ajuda a entregar os seus conteúdos, tornando mais difícil alcançar um público
maior", afirma.



Além disso, Mariana revela que questões pessoais, como a timidez, podem ser um
impeditivo. "A timidez paralisa, porque você acha que alguém pode zoar ou criticar.
Lidar com essa pressão é um grande desafio", conclui.



A experiência compartilhada por Mariana reflete a realidade de muitos jovens que
enxergam as redes sociais como um espaço promissor, mas que enfrentam desafios
para transformar suas ideias em uma carreira de sucesso.

Redes Sociais e Aprendizado: A Visão de Ivone Profeta Félix sobre os Jovens na Era Digital


Foto: André Coelho

Professora Ivone Profeta Félix analisa o impacto das plataformas digitais na rotina de estudos, no comportamento social e no desenvolvimento intelectual dos alunos.

Por André Coelho

Na era das redes sociais, onde TikTok, Instagram e X (antigo Twitter) moldam as interações diárias, os jovens têm explorado novas maneiras de aprender e se conectar com o mundo. O impacto dessa mudança foi tema de uma conversa com Ivone Profeta Félix, professora de Português para o ensino fundamental e médio em Naque, que compartilhou sua perspectiva sobre como as redes sociais têm influenciado a educação e o comportamento da juventude.

Segundo Ivone, as redes sociais podem ser ferramentas poderosas no aprendizado, mas exigem cautela. "Os alunos trazem informações vistas nas redes para as aulas, o que pode enriquecer o debate, mas muitas vezes essas informações vêm descontextualizadas ou incompletas", explicou. Ela enfatizou que, enquanto as redes oferecem acesso rápido a uma ampla gama de conteúdos, nem sempre há uma curadoria adequada, o que pode gerar superficialidade e confusão na compreensão dos temas.

Quando questionada sobre os impactos emocionais e sociais, a professora destacou um ponto preocupante: a comparação constante. "Os jovens estão expostos a uma enxurrada de vidas 'perfeitas' e conteúdos que nem sempre refletem a realidade. Isso afeta diretamente a autoestima e pode criar um ambiente de pressão desnecessária, até mesmo nos estudos."

Ainda assim, Ivone acredita no potencial transformador das redes sociais quando utilizadas com propósito. "Plataformas como o YouTube, por exemplo, trazem ótimas aulas complementares, enquanto o TikTok pode ser um espaço criativo para aprender de forma descontraída. O segredo está no equilíbrio e na orientação para separar o que é relevante do que é apenas distração."


A entrevista reforça um ponto fundamental: as redes sociais têm o potencial de complementar, mas não substituir, as fontes de pesquisa tradicionais. Cabe aos jovens e educadores trabalhar juntos para transformar essas ferramentas em aliadas no processo de aprendizado, usando-as para ampliar horizontes e promover discussões significativas.


A entrevista completa está disponível no vídeo abaixo.

O impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens: entre oportunidades e desafios

Foto: Arquivo Pessoal

O uso contínuo das redes sociais tem moldado o comportamento e o bem-estar emocional de jovens em todo o mundo. Enquanto oferecem benefícios, como maior conectividade, essas plataformas também trazem riscos significativos à saúde mental.

Por André Coelho

Com a internet cada vez mais presente na rotina dos jovens, as redes sociais têm assumido um papel central em sua socialização, lazer e até aprendizado. Apesar de seus benefícios, como a ampliação do acesso à informação e a criação de novos espaços de expressão, o uso intensivo dessas plataformas tem levantado preocupações sobre os efeitos na saúde mental.

A relação entre jovens e redes sociais

A psicóloga Jussara Ferreira, especialista em saúde mental da criança e do adolescente, destaca que as redes sociais podem ser uma faca de dois gumes. Por um lado, proporcionam conexões e oportunidades de aprendizado. Por outro, expõem os jovens a um ambiente que pode ser prejudicial à sua estabilidade emocional.

“As redes sociais têm um impacto direto na saúde mental dos jovens, pois criam um ambiente de comparação constante. Muitas vezes, o conteúdo que eles consomem retrata realidades distorcidas, levando à sensação de inadequação e baixa autoestima”, explica Jussara.

Sinais de alerta para o uso excessivo

Identificar quando o uso das redes começa a prejudicar o bem-estar emocional é fundamental. A psicóloga aponta alguns sinais de alerta que pais e educadores devem observar:

Alterações de humor: tristeza, irritação ou ansiedade após o uso das redes.

Isolamento: redução das interações presenciais em função do tempo online.

Queda no rendimento: dificuldades escolares ou falta de interesse em atividades antes prazerosas.

Segundo Jussara, o diálogo aberto é essencial para compreender como os jovens se sentem e ajudá-los a estabelecer limites saudáveis para o uso das plataformas.

A influência na autoimagem e autoestima

A autoimagem e a autoestima são áreas particularmente vulneráveis no ambiente digital. Jussara enfatiza que a exposição constante a padrões de beleza e sucesso idealizados pode levar os jovens a desenvolverem uma percepção distorcida de si mesmos.

“O adolescente ainda está em formação, tanto física quanto emocional. Quando ele se depara com padrões irreais nas redes, pode se sentir pressionado a se adequar, o que impacta negativamente sua autoestima. Isso pode desencadear quadros de ansiedade, depressão e até distúrbios alimentares”, alerta.

Jussara respondeu sobre estratégias para promover o uso saudável das redes sociais e a importância de estabelecer um equilíbrio entre o mundo digital e as relações offline. Assista ao vídeo para saber mais sobre como apoiar os jovens nesse processo de adaptação ao universo digital.

Concluindo

A relação entre jovens e redes sociais exige atenção. Apesar das vantagens, o impacto emocional negativo não pode ser ignorado. Pais, educadores e os próprios jovens precisam estar atentos aos limites e às escolhas digitais, buscando sempre um equilíbrio que promova a saúde mental e o bem-estar.

Algoritmos e bolhas sociais: como as redes estão moldando uma geração de jovens vulneráveis à radicalização

Po Bianca Garcia

As redes sociais se consolidaram como o principal meio de comunicação e entretenimento
das novas gerações. No entanto, por trás da promessa de conexão e personalização, há um
sistema algorítmico que molda o comportamento e a visão de mundo de milhões de jovens.
Ao priorizar conteúdos capazes de prender a atenção e gerar engajamento, essas
plataformas criam “bolhas de conteúdo” que limitam a diversidade de perspectivas e, em
casos extremos, levam à radicalização.

Os algoritmos funcionam como curadores automáticos, analisando o comportamento dos
usuários para oferecer conteúdos que reforcem suas preferências e mantenham seu
interesse. De acordo com o psicólogo Enias Costa, esse processo é especialmente
perigoso na adolescência, uma fase crucial para a formação de valores e identidade. “A
exposição constante a conteúdos que apenas confirmam as opiniões dos jovens pode
restringir o desenvolvimento de uma visão crítica e equilibrada do mundo”, explica Enias.
Isso significa que os adolescentes, ao serem expostos repetidamente a ideias semelhantes,
podem desenvolver crenças rígidas e uma dificuldade em compreender ou dialogar com
perspectivas diferentes.

Além disso, essa repetição cria uma falsa sensação de que a visão promovida é a única
verdade, levando ao isolamento ideológico e dificultando a empatia. “Sem contato com
ideias divergentes, os jovens perdem oportunidades de refletir, questionar e crescer
intelectualmente. A pluralidade de informações é essencial para formar cidadãos capazes
de navegar em um mundo complexo”, completa o psicólogo.

Essa dinâmica não apenas limita a visão de mundo dos jovens, mas também pode levá-los
a ideologias extremistas. Um exemplo claro é o fenômeno “redpill”, uma comunidade online
que promove discursos machistas e antifeministas, muitas vezes culpando grupos
específicos pelos problemas enfrentados por seus integrantes.

Plataformas como YouTube, TikTok e Instagram têm algoritmos que, ao identificar um
interesse inicial do usuário, começam a recomendar conteúdos mais radicais de forma
progressiva, em um processo conhecido como pipeline de radicalização. Um vídeo
aparentemente inofensivo sobre autoestima ou relacionamentos pode levar a uma cadeia
de conteúdos que reforçam narrativas polarizadoras ou até preconceituosas.

Enias alerta para os impactos psicológicos dessa exposição: “Quando as redes sociais
reforçam apenas uma perspectiva, criam a ilusão de que essa é a única verdade. Isso pode
levar ao isolamento e até à radicalização, especialmente em temas polarizadores.” Jovens
que caem nesse tipo de bolha tendem a desenvolver sentimentos de pertencimento em
comunidades virtuais que compartilham das mesmas ideias, o que pode gerar a
normalização de discursos de ódio, com a repetição constante de ideias misóginas ou
preconceituosas fazendo com que esses comportamentos pareçam aceitáveis. Além disso,
podem sofrer isolamento social, afastando-se de familiares e amigos com opiniões
divergentes, e apresentar uma distorção da realidade, já que a exposição constante à
desinformação dificulta o desenvolvimento de habilidades críticas e a empatia com outras
perspectivas.

O impacto dos algoritmos na formação dos jovens exige uma abordagem multidimensional
para ser combatido. A alfabetização digital surge como uma ferramenta essencial,
ensinando os adolescentes a identificar vieses nos conteúdos que consomem e a buscar
fontes variadas de informação. “É necessário que os jovens aprendam a questionar o que
veem online, a entender como os algoritmos funcionam e a reconhecer conteúdos
manipuladores”, sugere Enias. Além disso, ele reforça a importância do diálogo aberto entre
pais, educadores e adolescentes: “Os jovens precisam de espaços seguros para discutir o
que consomem nas redes sociais, sem medo de julgamento.”


Por outro lado, as plataformas digitais também precisam assumir sua responsabilidade no
design de seus sistemas. Isso inclui promover maior transparência sobre como os
algoritmos funcionam e incentivar a exposição a uma maior diversidade de opiniões,
reduzindo a amplificação de conteúdos polarizadores ou sensacionalistas.

As redes sociais têm um papel central na vida dos jovens, mas o poder de moldar
comportamentos e opiniões não pode ser subestimado. Para garantir que a próxima
geração cresça com uma visão equilibrada e crítica do mundo, é necessário entender como
os algoritmos influenciam suas experiências digitais e adotar medidas que promovam o
acesso à pluralidade de ideias.

O desafio, como aponta Enias, está em equilibrar a liberdade de escolha dos usuários com
a necessidade de proteger os jovens da manipulação algorítmica. “Precisamos garantir que
a tecnologia sirva para ampliar horizontes, e não para limitá-los.”

Exposição às telas exige cuidados da maioria dos jovens que ficam conectados na maior parte do dia

Oftalmologista cita as principais dicas para melhorar o bem-estar, principalmente para quem trabalha de forma online

Por Gabriel Barroso

Muitas pessoas trabalham e vivem diante das telas de computadores e celulares hoje. Você está neste momento diante da tela do computador ou celular vendo uma notícia vai olhar uma mensagem ou olhar as redes sociais, o que aumenta o seu tempo diante das telas. 

Segundo pesquisa do IBGE realizada em 2022, cerca de 7,4 milhões de pessoas estavam em teletrabalho no Brasil, considerado um subgrupo do trabalho remoto. E mesmo quem não trabalha também tem o histórico de passar muito tempo diante das telas.

Segundo o portal Electronics Hub, o brasileiro tem uma média de 9 horas e 13 minutos de visualização média por dia. Em relação as horas que uma pessoa fica acordada, a exposição dos olhos de uma à tela chega a ser de 56%, se considerar que esta pessoa dorme 8 horas por dia. 

Sarah Teodora, é designer e trabalha de homeoffice durante os dias de semana. Ela revela que tem reuniões diariamente e por isso fica boa parte do seu dia diante do computador. Em conversa com a reportagem, Sarah revela as consequências no final do dia de trabalho.

“Eu costumo ter muita dor no olho, acompanhado de uma dor de cabeça terrível. Já teve dias de eu não conseguir trabalhar por conta dessa dor de cabeça e a dor nos olhos, de não conseguir ver nenhuma claridade. Tanto que eu consultei e o médico disse que não tinha nenhum problema com minha vista, que a solução seria mais um óculos para descanso e dar um tempo após um período olhando a tela”, relatou.

Filipe Rocha também trabalha de homeoffice e faz trabalhos presenciais diante do computador.

“No final do dia eu me sinto muito cansado em relação a ambientes com luz branca. Parece que todos os lugares que têm luz branca, as luzes ficam mais fortes e me incomodam. Como se estivessem em cima de mim, muito forte”, detalhou.

O dr. Vinícius Cristófori, médico oftalmologista da Oftalmoclínica Vale do Aço, revela que é comum trabalhadores ou pessoas que ficam muito tempo diante das telas reclamarem de dor de cabeça, dor sobre a região dos olhos e ter sintomas de vermelhidão, olho seco, lacrimejamento e o embaçamento da visão. 

“A dor de cabeça, ou seja, a astenopia, muitas vezes aquele cansaço aquela dor sobre a região dos olhos ela é muito comum a quem está na exposição mais frequente ao uso das telas. Então você costuma apresentar um certo desconforto maior, porque os olhos têm que ficar diretamente focado naquela região da tela, do trabalho e é muito comum em virtude desse esforço diário você chegar no final do dia é estar apresentando um maior cansaço visual”, detalha o médico.

O médico fala que ter momentos de pausa para descansar a visão, ter postura ergonômica e ter controle do clima onde está ocorrendo a execução do trabalho pode ajudar a melhorar as condições dos olhos. “Na empresa isso também tem que ser muito atentado, você conseguir, de forma a agradar a todos, um ambiente com uma iluminação satisfatória, climatizado e com ergonomia de forma correta. Mas, as queixas podem se repetir devido a questão da exposição de forma mais prolongada, tanto em casa como no trabalho”, explica.

“Outra coisa muito importante que devemos lembrar é o ato de piscar os olhos. Quando estamos expostos às telas e principalmente concentrados no trabalho, no uso das telas, estudos mostram que, de certa forma, piscamos os olhos com menor frequência que o habitual. Então é importante lembrarmos de piscar os olhos”. 

O Dr. Vinícius ainda ressalta que é fundamental fazer uma consulta médica com um oftalmologista para a avaliação completa caso os sintomas persistam, mesmo com os cuidados.


Quiz: O quanto você é dependente do seu celular?

Foto: Freepik

Por Tulio Torres


Descubra como o celular impacta sua rotina e hábitos com este teste rápido!
Responda as perguntas e veja se você é um "viciado em tecnologia" ou se
consegue viver sem estar conectado o tempo todo.

Quantas horas por dia você usa o celular?

Você sente necessidade de olhar para o celular assim que acorda?

O que você faz quando seu celular está com pouca bateria?

Você usa o celular enquanto está com amigos ou familiares?

O que acontece quando você esquece o celular em casa?

Quantas notificações você recebe por dia?

Você verifica o celular durante a madrugada?

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO CONTEÚDO SOBRE SAÚDE MENTAL NAS REDES SOCIAIS

Foto: Uniconecta

Raphael Gomes

Nos últimos anos houve um aumento significativo na prática de autodiagnósticos (quando uma pessoa assume um diagnóstico médico sem a consulta de profissionais) de distúrbios mentais entre os mais jovens. Isso corresponde tanto com uma maior conscientização sobre distúrbios mentais nunca houveram tantas pessoas buscando tratamento profissional tanto com uma alta de desinformação sobre o tema.

A principal forma de contato com os distúrbios é através das redes sociais. O algoritmo detecta que o conteúdo pode ser de interesse do usuário e o exibe. A questão é que muitos desses vídeos são produzidos por pessoas sem a preparação adequada para tratar destes temas. Um estudo publicado no Journal of Autism And Developmental Disorders revela que dos 133 vídeos informacionais mais populares sobre autismo no TikTok, apenas 27% foram classificados como precisos. Outro estudo, do The Canadian Journal Of Psychiatry, revela que dos 100 vídeos mais vistos sobre TDAH, 52% foram classificados como enganadores e apenas 21% foram classificados como úteis.

O conteúdo produzido para as redes sociais é atrativo por fatores como: 

Conveniência; O usuário não precisa esperar dias para marcar e realizar uma consulta.

Evitamento de Estigma; O distanciamento de uma pesquisa online permite que o usuário questione sobre sua saúde mental sem o julgamento de terceiros.

Memes; Alguns materiais são produzidos em formatos humorísticos, que além de informar entretém o usuário.


As consequências dessa desinformação são diagnósticos imprecisos e tratamentos inadequados para os problemas reais que o indivíduo pode estar enfrentando. Usuários podem adquirir medicação de venda sob prescrição de forma ilegal, prática que pode piorar o sua saúde a longo prazo além de causar escassez para aqueles que necessitam de tais medicamentos.


Vídeos e textos informativos podem ser o primeiro passo para o início de um tratamento, mas não devem de forma alguma substituir o acompanhamento profissional. Quando você se deparar com um conteúdo online, verifique se quem criou este conteúdo tem especialização no tema e se outros especialistas concordam com o que é dito.

Redes Sociais como Ferramenta de Comunicação: Impacto na Vida dos Adolescentes da Escola João XXIII

Foto: Divulgação

Por Dani Roque

Nos últimos anos, as redes sociais se transformaram em ferramentas essenciais de comunicação, revolucionando a maneira como nos conectamos e compartilhamos informações. Plataformas como Facebook, Instagram, Twitter e TikTok conquistaram bilhões de usuários ao redor do mundo, facilitando a troca de mensagens instantâneas e a expressão de ideias. No entanto, com tantas vantagens, também surgem desafios, especialmente para os adolescentes, que estão cada vez mais imersos nesse universo digital. A Escola João XXIII, ao perceber o impacto dessas plataformas na vida de seus alunos, decidiu investigar como as redes sociais influenciam a forma de se comunicar e interagir com o mundo.

A Realidade Digital dos Adolescentes da Escola João XXIII

Na Escola João XXIII, as redes sociais desempenham um papel central na vida dos alunos. A maioria dos estudantes do Ensino Médio usa essas plataformas para se conectar com amigos, compartilhar suas experiências e até para se engajar em questões sociais. As redes sociais oferecem aos jovens um espaço onde podem expressar suas opiniões, trocar ideias e descobrir novas culturas. Além disso, muitos deles utilizam essas plataformas para se engajar em causas sociais e participar de movimentos de conscientização.

Entretanto, o uso das redes sociais também apresenta desafios que afetam diretamente a comunicação e o bem-estar dos adolescentes. De acordo com as experiências dos alunos entrevistados, a pressão para se apresentar de maneira "perfeita" nas redes sociais é uma preocupação constante. Isso pode gerar ansiedade e problemas relacionados à autoestima, além de criar uma desconexão entre a imagem online e a realidade.

A Dualidade das Redes Sociais

Embora as redes sociais proporcionem inúmeras vantagens, como a facilitação da comunicação e o apoio à mobilização de causas importantes, também existem aspectos negativos que precisam ser abordados. A propagação de desinformação, o bullying digital e os problemas relacionados à privacidade são desafios significativos. Para os adolescentes da Escola João XXIII, a constante comparação com os outros nas redes sociais pode causar um impacto psicológico, levando-os a se questionar sobre sua própria identidade e a forma como são percebidos pelos outros.

"Nas redes sociais, todo mundo parece estar vivendo a vida dos sonhos. Eu sinto que estou sempre sendo comparado com outras pessoas, e isso me deixa nervoso", afirma um aluno do 1° ano do Ensino Médio. A pressão para corresponder a certos padrões estéticos ou comportamentais é uma das maiores preocupações dos jovens, que muitas vezes não conseguem distinguir entre a vida real e o que é apenas uma versão idealizada de alguém na internet.

Equilibrando o Mundo Digital e o Offline

Uma das questões mais debatidas entre os alunos da Escola João XXIII é como equilibrar o tempo online e offline. A maioria dos estudantes utiliza as redes sociais para interagir com amigos e manter-se atualizada sobre eventos e tendências. No entanto, muitos percebem que o excesso de tempo nas plataformas digitais pode prejudicar outros aspectos da vida, como os estudos, o lazer e a saúde mental.

"Eu tento equilibrar meu tempo entre as redes sociais e outras atividades. Às vezes, fico muito tempo no celular e acabo esquecendo de fazer outras coisas importantes, como estudar ou conversar com meus pais", conta uma aluna do 1° ano. Para muitos, o desafio está em encontrar esse equilíbrio saudável, onde o digital complementa, e não substitui, as experiências do mundo real.

Responsabilidade no Uso das Redes Sociais

A conscientização sobre os riscos das redes sociais é fundamental para os adolescentes. Embora as redes sociais ofereçam muitas oportunidades de aprendizado e crescimento, também é necessário que os jovens entendam os perigos que envolvem o compartilhamento excessivo de informações pessoais, a exposição à desinformação e o impacto da comparação constante.

Os professores e a administração da Escola João XXIII têm desempenhado um papel importante na conscientização sobre o uso responsável das plataformas digitais. Oficinas sobre segurança online, privacidade e a importância de verificar a veracidade das informações são algumas das ações que têm sido realizadas para ajudar os alunos a navegar de forma mais consciente no ambiente digital.

Dicas para um Uso Saudável das Redes Sociais

Para garantir que o uso das redes sociais seja positivo, tanto para a comunicação quanto para o bem-estar emocional, especialistas sugerem algumas práticas:

Equilibrar o tempo digital com atividades offline: O excesso de tempo nas redes pode prejudicar a saúde mental. É importante estabelecer limites para o uso do celular e dedicar tempo para atividades fora da tela, como praticar esportes, ler ou sair com amigos.

Verificar as fontes de informação: A desinformação é um dos maiores problemas nas redes sociais. Sempre que possível, os usuários devem verificar a autenticidade das notícias e fontes antes de compartilhar algo.

Proteger a privacidade: Ajustar as configurações de privacidade nas plataformas para proteger os dados pessoais é fundamental. Isso inclui controlar quem pode ver as postagens e limitar o acesso a informações sensíveis.

Não se comparar com os outros: Lembre-se de que o que é mostrado nas redes sociais muitas vezes não reflete a realidade. Evitar a comparação constante pode ajudar a preservar a autoestima.

O impacto das redes sociais na vida dos adolescentes da Escola João XXIII é inegável. As plataformas digitais oferecem oportunidades únicas para comunicação e engajamento, mas também apresentam desafios que precisam ser cuidadosamente abordados. Ao conscientizar os alunos sobre os riscos e as responsabilidades no uso das redes sociais, a escola desempenha um papel crucial na formação de cidadãos digitais mais críticos e responsáveis. Afinal, o futuro da comunicação digital dependerá da capacidade de encontrar um equilíbrio entre os benefícios e os riscos que essas plataformas representam.


Empreendedorismo Digital: O Futuro Profissional ao Alcance de Todos

Foto: Divulgação

Por Dani Roque

Com o avanço da tecnologia e a crescente conectividade da internet, o empreendedorismo digital tem se consolidado como uma oportunidade promissora para quem deseja criar e gerenciar negócios online. Diferente do modelo tradicional, que exige um espaço físico e uma estrutura mais cara, o empreendedorismo digital permite que os negócios sejam geridos de qualquer lugar do mundo, com um custo inicial geralmente mais baixo.

O conceito envolve uma vasta gama de modelos de negócios, como e-commerce, prestação de serviços online, marketing de afiliados e a monetização de conteúdo em plataformas digitais. Esses empreendedores podem atingir um público global, o que amplia consideravelmente suas chances de sucesso. Além disso, a escalabilidade é uma das principais vantagens, pois, ao contrário dos negócios convencionais, é possível crescer sem que os custos aumentem proporcionalmente. As ferramentas digitais, como redes sociais e sistemas de automação de marketing, também desempenham um papel essencial, ajudando na segmentação do público-alvo e facilitando a comunicação com potenciais clientes.

Contudo, o caminho para o sucesso não é fácil. A intensa concorrência e as rápidas mudanças tecnológicas exigem que os empreendedores estejam sempre atualizados e preparados para se adaptar. Além disso, a gestão de segurança online e a necessidade de disciplina pessoal para gerir um negócio de forma eficaz são alguns dos desafios que esses profissionais enfrentam.

Futuro Profissional: O que pensam os jovens sobre o empreendedorismo digital?

Para entender melhor o impacto do empreendedorismo digital entre os jovens, conversamos com alunos do 1° ano do Ensino Médio da Escola João XXIII. Eles estão vivendo em um ambiente cada vez mais conectado e digitalizado, e suas opiniões podem apontar para as futuras tendências da profissão.

Quando perguntados sobre as profissões que pretendem seguir, muitos deles já demonstram interesse em áreas digitais. "Gostaria de trabalhar com marketing digital ou criar meu próprio negócio online", afirma Gabriel, aluno da turma. Esse interesse reflete uma tendência crescente entre a juventude, que reconhece as vantagens de um negócio digital, como a flexibilidade e a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar.

Outro ponto importante é a relação dos jovens com as redes sociais. Muitos acreditam que essas plataformas não são apenas para diversão, mas também para ganhar dinheiro. "Sim, acho que dá para ganhar dinheiro com redes sociais, principalmente se você criar conteúdo que as pessoas gostem", diz Ana Clara, também do 1° ano. Ela se refere à monetização de vídeos, postagens patrocinadas e parcerias que influenciadores digitais podem realizar.

Quando questionados sobre as diferenças entre o empreendedorismo digital e o tradicional, a maioria dos alunos destaca a questão do custo inicial. "No digital, não é preciso gastar tanto para começar, você pode vender algo sem precisar de uma loja física", afirma Lucas. Essa observação é uma das grandes vantagens do empreendedorismo online, que permite que qualquer pessoa tenha a oportunidade de começar um negócio sem grandes investimentos.

O empreendedorismo digital continua a se expandir e a atrair novos talentos, especialmente entre os mais jovens, que veem nas plataformas online uma oportunidade para iniciar sua jornada profissional com menos barreiras. Com o apoio de ferramentas digitais e a possibilidade de alcançar um público global, as perspectivas são promissoras, mas exigem adaptação constante e resiliência para superar os desafios do ambiente digital.

O futuro, sem dúvida, está cada vez mais conectado ao mundo online, e o empreendedorismo digital será uma peça-chave nesse processo.


Novas redes, novas conexões: A migração dos jovens para novas redes sociais

Foto: Freepik

Por Caio Ramalho

A migração dos jovens para novas redes sociais: por que isso está acontecendo?

Nos últimos anos, a forma como os jovens usam as redes sociais tem mudado bastante. Eles estão saindo de plataformas mais antigas, como o Facebook e Instagram, explorando espaços mais novos e dinâmicos, como TikTok, BeReal e Discord. Mas o que está por trás dessa mudança? Mais do que apenas trocar de aplicativo, essa migração reflete um desejo por experiências digitais que sejam mais autênticas, leves e significativas.

 Autenticidade e o desejo de pertencimento

Os jovens querem se conectar de forma verdadeira. Redes como o BeReal têm feito sucesso justamente por trazer uma proposta mais simples e espontânea: postar no momento, sem filtros nem grandes produções. Essa ideia é como um respiro no meio de tantas redes que ainda valorizam a aparência perfeita.

No Discord, o cenário é outro, mas a ideia é parecida: eles querem se sentir parte de algo. Ali, o foco está em comunidades menores, em que é possível trocar ideias sobre interesses específicos, como games, música ou até causas sociais. Não é só uma questão de seguir pessoas famosas, mas de encontrar pessoas que realmente compartilhem do mesmo mundo que eles.

Saturação de redes sociais antigas

Plataformas tradicionais, como Facebook e Twitter, acabaram se transformando em espaços pesados, cheios de discussões acaloradas e até desinformação. Isso afastou os jovens, que muitas vezes só querem se divertir e relaxar.

Nesse sentido, o TikTok acertou em cheio. Com vídeos curtos e cheios de criatividade, a plataforma oferece uma experiência mais leve e voltada para o entretenimento. É um lugar onde eles podem rir, aprender algo novo ou até se expressar de maneira única, sem a pressão das redes que parecem "sérias demais".

Tecnologia e formatos inovadores

As novas redes sociais entenderam como inovar. O formato dinâmico do TikTok, a espontaneidade do BeReal e a organização flexível de grupos no Discord são exemplos de como essas plataformas oferecem algo que as redes tradicionais simplesmente não conseguem acompanhar. É como se os jovens estivessem dizendo: "Queremos algo novo, que combine mais com o que somos agora."

Preocupação com a privacidade e o bem-estar

Outro motivo importante é o cuidado com a privacidade. Depois de tantas notícias sobre o uso indevido de dados por empresas gigantes, muitos jovens começaram a buscar alternativas mais seguras, onde sentem que têm mais controle sobre o que compartilham. Essa questão, que pode parecer técnica, na verdade reflete algo mais profundo: eles querem se sentir respeitados.

O impacto dos influenciadores 

E, claro, não dá para ignorar o papel dos influenciadores. Muitas vezes, os jovens descobrem novas redes porque seus ídolos estão lá. Seja um criador de conteúdo do TikTok ou uma comunidade no Discord organizada por um streamer famoso, esses líderes digitais ajudam a moldar para onde a atenção do público vai.

Conexões reais em um mundo digital

No fim das contas, essa migração não é só sobre tecnologia ou moda passageira. Ela mostra como os jovens estão buscando mais significado em suas interações digitais. Eles querem se sentir mais próximos das pessoas, encontrar espaços que reflitam quem realmente são e fugir de ambientes que parecem desgastados ou tóxicos.

Para as redes sociais tradicionais, o recado é claro: ou elas se reinventam, ou correm o risco de serem abandonadas. Já para os jovens, essas mudanças mostram algo inspirador, a capacidade de reimaginar como queremos nos conectar e nos expressar no mundo online.