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Sarah Emanuelly
Na era digital o uso excessivo dos aparelhos digitais tem se tornado frequente por todos, em especial pelos jovens. Plataformas como Instagram, TikTok e Snapchat desempenham um papel central no cotidiano, permitindo que jovens compartilhem experiências, se conectem com amigos e explorem interesses. O que vem gerando um alerta entre profissionais de saúde, pais e professores.
A relação entre as redes sociais e ansiedade
Estudos recentes têm mostrado uma forte correlação entre o tempo excessivo gasto nas redes sociais e o aumento de casos de ansiedade entre adolescentes e jovens. Conversando com jovens adolescentes de escolas de Ipatinga, foi possível perceber algumas causas que podem estar ligadas, como a comparação social, pressão para aceitação, exposição ao bullying e críticas e interferências no sono. A junção desses fatores relatados pelos alunos, traz um alerta aos pais e professores que tem percebido uma queda no rendimento doa alunos, e alterações no comportamento deles.
Dados alarmantes
Uma pesquisa realizada pela Common Sense Media, adolescentes que passam mais de três horas diárias nas redes sociais têm maior probabilidade de relatar sintomas de ansiedade, depressão e isolamento. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o aumento de transtornos mentais na faixa etária de 15 a 19 anos como uma questão prioritária de saúde pública.
Segundo a psicóloga Juliana Tassara, as redes sociais dificultam os jovens a aprender a lidar com a angústia, um dos sintomas da ansiedade. “Uma coisa que as redes sociais fazem é dificultar que a pessoa aprenda a lidar com a angústia. A angústia faz parte do ser humano. Todos nós sentimos angústia e temos que aprender a lidar com ela. Isso é um trabalho solitário. Precisamos estar com nós mesmos. E as redes estão o tempo todo oferecendo alguma coisa pra tamponar nossa angústia. Só que essa oferta é muito passageira. Então isso nem apazigua a angústia e nem permite que a gente aprenda a lidar com ela. Então acaba sendo um movimento de colocar de novo e de novo o sujeito diante da angústia.”
Como reverter esse cenário
Embora as redes sociais sejam uma ferramenta poderosa para a comunicação e expressão, é essencial estabelecer limites e práticas saudáveis para evitar seus efeitos negativos.
Algumas estratégias incluem limitar o tempo online; promover conexões reais frente a frente; educação digital, esclarecer os jovens sobre os impactos do uso exagerado das redes e ensinar práticas saudáveis de navegação na internet; e priorizar o bem-estar digital.
O uso das redes sociais não precisa ser algo prejudicial, mas é fundamental reconhecer quando ele passa dos limites e começa a interferir no bem-estar emocional. O equilíbrio entre o mundo digital e a vida real é o caminho para garantir que as redes sociais sejam um aliado, e não um inimigo, na jornada dos adolescentes.