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Bianca Garcia
O TikTok anunciou recentemente que filtros de beleza, que alteram a aparência dos usuários, não estarão mais disponíveis para menores de 18 anos. A medida, que será implementada gradualmente no Brasil, incluindo a região do Vale do Aço, visa mitigar os impactos negativos que essas ferramentas têm na saúde mental dos adolescentes. A decisão responde a estudos que sugerem que o uso de filtros, que modificam traços faciais e reforçam padrões de beleza irreais, pode distorcer a autoimagem dos jovens, especialmente em uma fase de desenvolvimento crítico.
Esses filtros, que em muitos casos suavizam imperfeições, afinam o rosto ou aumentam a simetria, não são novos, mas se tornaram ainda mais populares nas redes sociais. A plataforma anunciou que a restrição não inclui efeitos humorísticos, como os filtros de orelhas de animais ou rostos distorcidos para fins de diversão, mas foca em alterações mais profundas na aparência física.
A psicóloga Thalita Borges, especialista em saúde mental e comportamento, destaca que essa medida é um passo importante para a proteção dos jovens, que estão mais vulneráveis aos padrões de beleza impostos pelas redes sociais. "Na adolescência, o desenvolvimento da identidade está em pleno processo, e os filtros podem afetar a forma como os jovens se veem no mundo. Eles podem começar a questionar sua aparência e, muitas vezes, se frustrar ao não se encaixarem em padrões irrealistas", explica a psicóloga.
Thalita também aponta que o uso constante de filtros pode agravar quadros de ansiedade, depressão e transtornos alimentares. "Esses padrões são muitas vezes inatingíveis e podem gerar uma sensação de inadequação. O jovem pode sentir que não é 'bom o suficiente' sem a alteração da imagem, o que pode levar a um ciclo de insatisfação consigo mesmo", completa.
A medida do TikTok, que também inclui restrições mais rígidas para impedir que crianças menores de 13 anos acessem o aplicativo, visa criar um ambiente digital mais saudável. A plataforma já remove anualmente cerca de 6 milhões de contas de usuários que não atendem aos requisitos de idade, mas oferece um processo de apelação caso os usuários considerem a exclusão indevida.
No Vale do Aço, onde o TikTok tem uma grande base de usuários jovens, a nova política deve trazer reflexos significativos, especialmente nas escolas e entre os adolescentes. A psicóloga acredita que é essencial que a medida seja acompanhada por conversas em casa e na escola sobre a aceitação da própria imagem e a construção de uma autoestima saudável. "É importante que os adolescentes compreendam que a beleza real vai além das imagens perfeitas que vemos online. A saúde mental é mais valiosa do que qualquer filtro", conclui Thalita Borges.
Com essa mudança, o TikTok reforça seu compromisso com a promoção de um ambiente
digital mais seguro, promovendo o bem-estar das novas gerações e incentivando uma
relação mais saudável com a tecnologia.